segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

HEBREUS

Política, sociedade e economia
Povo que viveu no Oriente Médio, região da atual Palestina, e deu origem aos povos semitas, árabes e israelitas, assim como serve de antepassado aos judeus. Tinham por característica o fato de dividirem-se em grupos nômades, que empreendiam diversas guerras visando às conquistas territoriais, assim como obter escravos e mulheres.
De origem semita, os hebreus chegam a Canaã – Palestina - por volta de 2000 a.C., liderados por Abraão, que anunciava uma nova cultura religiosa, monoteísta. Por serem nômades, sua principal atividade econômica era o pastoreio – cabras e ovelhas – e se organizavam em clãs patriarcais – disto deriva o termo “Período dos Patriarcas” - destaco que neste momento não há centralização política. Ao se fixarem na região da Palestina, passaram a desenvolver a agricultura, graças ao solo mais rico do vale cortado pelo rio Jordão, que garantia solo fértil e favorável à agricultura e começam a se organizarem em tribos, sempre lutando por mais terras contra os povos que já habitavam a região – cananeus e filisteus. Esta região torna-se o elemento de união do povo hebraico, faz com que abandonem o nomadismo e seu estado tribal para viverem sob uma única identidade nacional.
Há também a explicação bíblica, que diz que Abraão, nascido em Ur, recebe do senhor a ordem de abandonar seu povo e se estabelecer em Canaã – terra prometida.
Permanecem em Canaã por aproximadamente três séculos, quando uma terrível seca assola a região e, sob a liderança de Jacó, começam a migrar em direção ao Egito, onde permaneceram por quatrocentos anos. Neste período, o Egito estava sob a dominação dos hicsos, que colaboraram com os hebreus, até perderem o poder na região para os faraós, passando então, os hebreus, a serem perseguidos, capturados e escravizados.
O episódio conhecido como Êxodo, marca a fuga do Egito e o retorno dos hebreus para Canaã. Liderados por Moisés, que juntamente com seu povo, marcham quarenta anos no deserto do Sinai. É lá que Moisés elabora a Lei Judaica – fundamentos do judaísmo - que teve como núcleo as tábuas dos Dez Mandamentos, recebidas de Deus (segundo a Bíblia). Ele falece antes de chegar à Palestina, sendo a jornada concluída por Josué, seu sucessor.
Ao chegarem, encontram suas terras ocupadas e travam novas batalhas a fim de conquistarem novamente seu território. Cabe ressaltar que neste momento a propriedade privada ainda não existia, foi o período de busca por uma base territorial.
Com estes avanços na unidade do povo, dá-se início às chefias religiosas, política, militares e jurídicas, originando uma nova fase, o “Período dos Juízes”, que se caracteriza por ser a transição entre o regime patriarcal – descentralizado - e a monarquia - centralizada. Isso ocorreu pela necessidade do poder e comando ficarem nas mãos de um chefe militar, conhecidos por juízes, uma vez que eram constantes as lutas com povos vizinhos.
Com a concentração do poder, os juízes buscavam a união das doze tribos, o que possibilitaria o domínio da Palestina. Samuel, um deles, propõe a criação da monarquia, com a finalidade de abolir as divergências entre as tribos, promover a unidade política e fortalecer o povo. Isto foi conquistado através da centralização política nas mãos de um monarca, escolhido para governar por Jeová.
O primeiro rei hebreu foi Saul, que após sofrer derrotas em guerras contra os filisteus, passa a sofrer pressões políticas e acaba por cometer suicídio. Seu sucessor, Davi, sobrepuja os adversários e estabelece o domínio sob a Palestina, fundando o Estado Hebreu, com capital em Jerusalém.
Salomão, filho de Davi, assume o poder e inicia a construção de obras públicas, como o Templo de Jerusalém – símbolo da unidade do povo hebreu. Desenvolve o comércio e a diplomacia, fazendo alianças com os fenícios. É o auge da monarquia hebraica.
A organização do Estado se complexifica, surge uma aristocracia enriquecida pelo comércio, ocorre à apropriação de terras de camponeses endividados. É estabelecida uma camada de sacerdotes, com direitos inacessíveis ao povo, que acabam com os aspectos mais livres da religião, criando dependência entre o povo e o poder político. Neste período a sociedade encontra-se estratificada, hierarquizada e com uma enorme desigualdade entre os diferentes níveis. As principais atividades econômicas deste período são a agricultura, pastoreio, o artesanato e o comércio, sendo a maioria dos trabalhadores formada por escravos e servos.
 O governo de Salomão passa a sofrer intensas oposições devido aos trabalhos forçados e ao grande número de impostos exigidos da população, as desigualdades sociais imperam. Com sua morte, uma verdadeira crise sucessória se instala, acabando por dividir novamente o povo hebreu em dois Estados: Israel, ao norte, e Judá, ao sul. Este episódio, que fica conhecido como “Cisma”, expõe militarmente os hebreus, que em poço tempo passam a ser dominados por outras civilizações.
Por volta do século VIII a.C. os assírios conquistam Israel e deportam os hebreus de suas terras. Não se tem notícias, desde então, dessas dez tribos hebraicas que ali viviam. Cerca de duzentos anos depois, Nabucodonosor, imperador da Babilônia, invade Judá, destrói o templo de Jerusalém, saqueia as cidades e escraviza os moradores, deportando-os para a Babilônia. Este período é conhecido como “Cativeiro da Babilônia”, onde é restaurada a religiosidade entre os cativos com as pregações do profeta Ezequiel.
Em meados do século V a.C. os judeus conquistam alguma independência, reconstruindo o Estado Hebraico em Judá, quando Ciro, sob o comando as milícias persas, conquista a Babilônia e permite o retorno do povo escravizado à Palestina. No século III a.C. Alexandre, da Macedônia, domina todo o Oriente Médio.
A expansão do domínio romano começa a agregar os territórios antes ocupados pelos macedônicos, passando então, os judeus, a serem controlados pelos romanos. Um grande movimento de resistência é imposto contras as exigências e leis de Roma. Período em que surge um novo profeta na história judaica, Jesus Cristo. Os conflitos entre hebreus e romanos findam quando, em meados dos anos 70 d.C., os exércitos de Roma, sob o comando do Imperador Tito, destroem a cidade e o Templo de Jerusalém, que ocasiona a “Diáspora” dos judeus por diversas partes mundo.
Os hebreus passam então a viver em pequenas comunidades, preservando sua cultura religiosa. Ao longo do século XIX, com a influência de alguns judeus, tem início o movimento Sionista, que incentivava o retorno à Palestina. Após a Segunda Grande Guerra Mundial o projeto ganha força política, e tem como suporte os horrores sofridos pelos judeus durante o Holocausto Nazista. Este movimento exigia a criação de um Estado de Israel, na Palestina, conquistado, pela ONU, em 1948. Entretanto, os árabes, ocupantes da região, lutam pela criação de um Estado Palestino, que inclua Jerusalém Oriental.
Da concepção do Estado de Israel até os anos de hoje inúmeros atentados terroristas atingiram a região, visando às ações expansionistas de parte árabe e buscando a legitimação do Estado judaico. As questões permanecem em aberto, marcando um dos mais delicados fatos da civilização hebraica.
Do templo de Jerusalém, resta apenas um muro, conhecido como Muro das Lamentações.

Cultura e curiosidades
O legado mais importante do mundo Hebreu é, sem dúvida, a religião e também base de sua cultura, influenciando do direito à literatura e às artes. Foram um dos primeiros praticantes do monoteísmo - crença em um único deus - tendo por característica o salvacionismo – acreditavam na vinda de um Messias para libertar seu povo.
O judaísmo é fundamentado no Antigo Testamento, baseia-se nos Dez Mandamentos, supostamente revelados a Moisés no Monte Sinai. Os hebreus tinham a concepção de ser o “povo eleito”. Seu único deus, Javé ou Jeová, cuja imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas, enviaria um salvador que libertaria o povo.
Tem como festas religiosas a Páscoa, onde comemoram a fuga do Egito, e Pentecostes, o recebimento dos Dez Mandamentos recebidos por Moisés, guardam os sábados, nos quais não praticam uma série de atividades.
O judaísmo serve como base a outras duas religiões existentes ainda nos dias de hoje, que são o cristianismo e o islamismo, formando a tríade de religiões universais.
A literatura surge neste povo muito cedo e com escrita própria que gradativamente foi substituída pelo aramaico, suas obras mais significantes estão no Antigo Testamento da Bíblia, cujos textos se subdividem em históricos – narração de fatos ocorridos -, proféticos – previsões de acontecimentos futuros – e didáticos - com ensinamentos religiosos, sociais e morais - e no Talmude.
Não obtiveram progressos notáveis nas ciências. Na arquitetura pode-se destacar as muralhas, fortificações e os Templos, principalmente o de Jerusalém, dedicado a Jeová e construído por Salomão.
 O Direito Penal dos hebreus era mais humano do que nos demais povos do Oriente Próximo. Os homicídios eram classificados em voluntários, punido com morte e o involuntário, onde o acusado deveria buscar abrigo em cidades que lhe serviriam de asilo. O infanticídio e o adultério eram punidos com morte. Para lesões corporais a pena era indenização, assim como crimes contra a propriedade.
A pena capital (pena de morte) era executada de diversas maneiras, por exemplo, a morte por fogo, decapitação, sendo a mais comum a lapidação, onde o apedrejado era despido e jogado ao chão do alto de um tablado, a primeira testemunha arremessava uma pedra em seu peito, depois a segunda testemunha, caso não houvesse morte, outras pessoas poderiam apedrejar o condenado até seu falecimento. Cumprida a sentença, o cadáver era pendurado em árvores ou queimado. A fogueira fora aplicada a sacerdotes incestuosos e à filha de sacerdote, ré do crime de fornicação.

Considerações Finais
A Bíblia é a principal fonte da história dos hebreus, o que explica o envolvimento de homens e fatos, com o sagrado. Ela reflete a concepção mitológica do povo, “Como mito ela reflete o pensamento de um povo e como documento histórico ela permite acompanhar a evolução dos mitos e a concepção de mundo dos hebreus, fazendo referências a costumes e padrões de comportamento(Portal São Francisco). Podem-se cotejar estas informações com obras de Flávio Josefo e de Filo, que também oferecem informações acerca do período da dispersão dos judeus, também podendo ser confrontadas com vestígios arqueológicos.


BIBLIOGRAFIA
Site: Wikipédia
Site: Projeto Chronos: Antiga e Medieval
Site: Sua pesquisa. 
Site: Só História
Site: Mundo Educação
Site: Portal São Francisco
Site: Júlio Battisti.
Site: Slideshare
Site: Vestibular Seriado.

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