sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

+ Músicas...

É, sou meio (BEM) de lua mesmo...
Passo meses sem ouvir música e quando me vejo só consigo pensar nisso...
É uma característica minha mesmo, enjoo muito fácil de qualquer coisa, inclusive daquilo que gosto, mas não deixo nunca de gostar... só me afasto, deixo a saudade bater...

Esta semana estou muito musical... ouvindo, cantando, lendo as letras... Uma das mais cotadas esta semana, mais precisamente na quarta feira foi I Wanna Hold Your Hand. Confesso nunca fui de ouvir Beatles, até bem pouco tempo atrás, quando um colega, W. M. Schneider, gravou o filme Across the Universe, todo com música da banda que completou na quarta, 50 anos de seu primeiro show. Sei lá, sempre achei muito pop, mas as versões das musicas no filme fizeram com que eu passasse a gostar...

Segue abaixo a trilha sonora desta semana... abaixo o link, para quem quiser ver um pouquinho do filme...

I Wanna Hold Your Hand The Beatles
Oh yeah, I'll tell you something
I think you'll understand
When I say that something
I wanna hold your hand

I wanna hold your hand
I wanna hold your hand

Oh, please! Say to me
You'll let me be your man
And, please! Say to me
You'll let me hold your hand

Now let me hold your hand
I wanna hold your hand

And when I touch you I feel happy inside
It's such a feeling that my love
I can't hide, I can't hide, I can't hide

Yeah, you got that something
I think you'll understand
When I say that something
I wanna hold your hand

I wanna hold your hand
I wanna hold your hand

And when I touch you I feel happy inside
It's such a feeling that my love
I can't hide, I can't hide, I can't hide

Yeah, you got that something
I think you'll understand
When I feel that something
I wanna hold your hand

I wanna hold your hand
I wanna hold your hand
I wanna hold your hand

Música

Pensando e repensando algumas coisas agora, lembrei-me de alguns trechos dessa música e resolvi postá-la aqui, dividi-la com quem conhece e apresentá-la a quem desconhece...

 

Metade

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro
 
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Desanimada...

 Confesso ter "abandonado" o blog... Na verdade até me lembro dele, mas não tenho tido muita vontade de postar alguma coisa, qualquer que seja ela...
Na verdade, verdade mesmo, não tenho tido muita vontade de nada ultimamente... o que me é comum nesta época do ano...
A cidade vazia, o calor, a falta do rítmo alucinante da rotina trabalho + aula + filho + tentativa de lazer (tentaiva mesmo, já que muitas vezes é impossível), a promessa de um ano que se inicia - e que no final das contas será igual a todos os outros, a proximidade do meu aniversário... Lendo isso me percebo sem esperança de mudanças e é assim mesmo que tenho passado minha vida, salvo raras, raras mesmo, excessões.
Ah, sei lá... ando em busca de algo novo, algo que não tenho no momento, mas tive. Só precisava de um milagrezinho para conseguir... Ok, usar a palavra milagre foi meio forçado, ainda mais para mim que não tenho nenhuma crença assim assim...
Como uma boa "Bridget Jones" minhas resoluções para 2011 são:
assumir alguns riscos e colocar a cara à tapa - mas não está sempre?
ficar em paz com a balança - tarefa árdua;
me cercar de amigos verdadeiros - só os verdadeiros;
ser menos consumista - como se fosse simples assim;
assumir alguns riscos e colocar a cara à tapa - reforçando, já que preciso de algumas mudanças radicais... e não estou falando de corte de cabelo!

  Era isso... um post confuso de uma criatura confusa, que sabe o que quer, mas não sabe como chegar lá. Uma personagen caricata dessa louca história da vida, uma Dorothy - sem o Totó, sem estrada de tijolos amarelos, tampouco sapatinhos mágicos - com um Q de homem de lata, leão e espantalho, sem coração, sem coragem e algumas vezes sem cérebro!

TYSHEA
http://www.designlovrs.com.br/2009/09/os-personagens-de-o-magico-de-oz-em-25-estilos-diferentes/

EISHA



terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Bem Pessoal...

Postzinho para exaltar minha indignação!!!!
Comprei um livro dia 16/12 e até agora não recebi!!!!
São 12 dias para vir, via transportadora, de SP - RS!!!
Se viesse sendo passado de mão em mão, já teria chego!!!
Se tivesse vindo de ônibus já teria chego!!!
Se tivesse vindo de carroça já teria chego!!!

Compra na Siciliano, reclamação abaixo:
http://www.reclameaqui.com.br/941287/livraria-siciliano/indignacao/

Empresa que faz transporte (ou não) para Siciliano:
http://www.reclameaqui.com.br/948687/direct-logistica-directlog/campanha-fora-direct-parcel-service/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Fotografia P&B



Discorrendo acerca do preto e branco, pode-se dizer que é a técnica que confere magia às fotografias, quando nos mostra todos os detalhes invisíveis aos nossos olhos, influenciados e ofuscados pelas cores reais. Entretanto, o P&B não se dá pela ausência de cores, e sim, é a captura de uma infinidade de sombras, uma escala de cinzas, profundos ou não. O preto e branco confere a foto certa poética, glamour, nostalgia, cria a sensação de prender um pedaço de tempo num espaço bidimensional. Ofuscam-se as cores e revela-se o contraste, as formas voluptuosas.
O poema Fotografia em Preto e Branco, de Marco Ramos, fala sobre essa nostalgia, assim como memória, tema recorrente às obras a serem trabalhadas a seguir:
O seu sorriso ficou aqui estampado
É apenas uma fotografia em preto e branco
Em um quadro emoldurado
Que acabou esquecido em algum canto...
O tempo pareceu-me não passar
E seu sorriso o tempo não apagou
O passado nesta foto fico a recordar
E são memórias que o tempo deixou...

Percebo agora que tudo está sem cor
É apenas uma nostalgia dolorida
É como fruta que perdeu o sabor
Uma paisagem que já não tem vida...

Tu sempre foste Sui generis em minha vida
Mas os fatos, a vida bruscamente nos levou
A essência que mantinha nossa alma colorida
O tempo lentamente apagou...

Nas fotos nós guardamos uma nostalgia
E nelas ficam sorrisos que a felicidade gerou
Mas sem as cores, tudo perde a magia
E o que era multicores com o choro desbotou...

Ser feliz e uma mera lembrança fotografada
Um sorriso na foto, lágrimas levadas ao vento
Frases em uma carta que foi rasgada
Um momento que passou rápido no tempo...

O nosso amor nem sempre foi franco
Mas tínhamos as cores do amor perfeito
Mas tudo passou a ser preto e branco
E deste amor perdemos o direito...

Queria relembrar-te novamente em versos
Recitá-lo como o princípio do nosso amor
Mas o nosso caminho ficou inverso
E o seu sorriso com o tempo perdeu a cor...

História, memória e fotografia

upload feito originalmente por Grazi Oliveira.

Para a história, a fotografia assume um papel restaurador da memória, cumprindo a função de arquivar lembranças, no entanto, também adquire traços poéticos bem peculiares, colocando a fotografia em posição privilegiada nos debates acerca da memória. Ela apresenta imagens precisas, definidas, uma vez que depende do objeto real diante da superfície fotossensível, fornecendo, assim, provas, contudo carrega consigo a simbologia que deriva do referencial; afirma que o que foi fotografado realmente esteve lá, mas foi afastado; é o legado do passado ao presente, a demonstração daquilo que foi escolhido para ser posteriormente mostrado. E apesar de ser uma fonte não verbal, elas comunicam, expressam, significam, dão força para a memória social ao remeter à uma realidade transcorrida no tempo e espaço, representam algo que já não mais existe, mostra-nos a ausência, desencadeia-nos lembranças passadas, ativando a memória e nos transportam, no caso do trabalho de Larissa, à nossa infância. Neste contexto, Boris Kossy faz uma colocação interessante:

“Os homens colecionam esses inúmeros pedaços congelados do passado em forma de imagens para que possam recordar, a qualquer momento, trechos de suas trajetórias ao longo da vida. Apreciando essas imagens, ‘descongelam’ momentaneamente seus conteúdos e contam a si mesmos e aos mais próximos suas histórias de vida. Acrescentando, omitindo ou alterando fatos e circunstâncias que advêm de cada foto, o retratado ou o retratista têm sempre, na imagem única ou no conjunto das imagens colecionadas, o start da lembrança, da recordação, ponto de partida, enfim, da narrativa dos fatos e emoções (KOSSOY, Boris)”.

O descompasso entre presença e ausência, distância e proximidade, reconhecimento e lembrança são objetos de estudo das imagens fotográficas, que encontram, neste contexto, sua ação e dinâmica. Isso faz com que percebamos a “qualidade mental” ancorada à fotografia, na qual se depositam a memória.

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A fotografia atua como importante recurso mnemônico, que conduz o observador ao representar o cotidiano, contudo, as imagens não são produzidas somente pela máquina, e sim, pelas escolhas do fotógrafo, que impõe seus valores, sua interpretação de mundo. A delimitação do assunto, do enquadramento e o momento do disparo são intervenções humanas passíveis da observação do fotógrafo. A presença é o que está retratado, ficando a ausência em detrimento. Entretanto a autora ultrapassa estes conceitos a partir do momento em que retrata precisamente as ausências. Com suas fotos não é possível construir a representação da imagem que as pessoas mostram de si mesmas, tampouco das realidades as quais estão inseridas. Pode-se sim buscar em seus retratos a representação do cotidiano e a reinvenção do sujeito, guiando o observador na construção da memória, conduzindo a busca por uma identidade, fazendo com que seja investigado o ausente. Sobre este assunto tem-se a afirmação de José de Souza Martins:

“O imaginário se tornou personagem da história contemporânea. É preciso imaginar a imagem para poder ver nela o que de fato ela quer dizer, para construir a sua indicialidade (MARTINS, José de Souza. A epifania dos pobres da terra. In OLIVEIRA, Rogério L. S. e FARIAS, Edson S.).”

Mais do mesmo... fotografia!

Abajour e leitura..., upload feito originalmente por Grazi Oliveira.



Henri-Cartier Bresson trás, para suas fotos, o conceito de “instante decisivo”, que pode ser analisado na perspectiva do olhar do fotógrafo ao cortar o fluxo natural - neste caso, do vídeo - e o fragmenta em imagem estática e bidimensional. O fotógrafo aprisiona o tempo e coleciona imagens de passado. Faz-nos revelar de nosso aparelho psíquico, a memória. Oferece-nos um discurso diferente a ser lido. Como pontua Bresson:

“Experimentado ou pensado, o instante existe numa linguagem que expresse o seu pensamento ou numa linguagem em que se deixe transpor para interpretar a experiência humana. E dado que as linguagens não são apenas a língua falada ou a língua escrita, a linguagem não verbal da fotografia também pode expressar o instante BRESSON, Henri-Cartier In OLIVEIRA, Rogério L. S. e FARIAS, Edson S)”.

No livro de Philippe Dubois há um capítulo destinado à relação da fotografia com o aparelho psíquico e a memória, no qual o autor se utiliza de metáforas a partir de duas cidades, Roma e Pompéia. Ele baseia-se no livro “O mal estar da civilização”, de Sigmund Freud, que afirma que “nada na vida psíquica consegue se perder, nada do que se formou desaparece, tudo é conservado de uma maneira qualquer e pode reaparecer em certas circunstâncias favoráveis” (FREUD, Sigmund).
Neste livro, Freud faz analogia entre a arqueologia romana e as formas de gravação do passado, que sevem para ilustrar as duas temporalidades da psique. Roma, com seu caráter de ruína e ao mesmo tempo, cidade eterna refere-se à duração, ao tempo de acúmulo de experiências, é considerada um ser psíquico, já que nada do que aconteceu em tempos remotos se perdeu. Enquanto isso, Pompéia, é a representação de cidade que desaparece de repente, que nos oferece seu passado em apenas uma única imagem, refere-se à captura, aos recorte temporal.
Podemos então olhar a fotografia como atividade psíquica, tal qual fazemos com a memória. Telma também busca na psicanálise um referencial para suas fotos a partir do momento em que lida com a dualidade das coisas – presença e ausência. Ela cita, em seu depoimentos, o autor Eisenstein, que igualmente trabalha com lembranças através de imagens, principalmente inserido no campo das artes. Segundo ele: “uma obra de arte, entendida dinamicamente, é apenas este processo de organizar imagens no sentimento e na mente do espectador”.